domingo, 30 de novembro de 2014

Pra que você precisa do que não precisa?

Há algum tempo venho refletindo sobre viver com mais simplicidade. Muito em razão da nova fase pela qual estou passando, que, com o surgimento de prioridades diferentes, requer que meus rendimentos sejam investidos em coisas mais úteis/menos fúteis.

Cerca de dois meses atrás, me mudei de casa, passei a morar com meu namorado. Ao arrumar minhas roupas e sapatos, reparei que não vestia nem calçava muitos deles há tempos e que vários sequer tinham sido usados um dia. - Quanto dinheiro gastei em vão? 

Por vezes, a compra daquela blusa ou daquele vestido, usados apenas uma vez, gerou um prazer momentâneo não maior que o arrependimento por ter comprado algo caro que não trouxe um retorno benéfico, uma satisfação suficiente. 

Mais culpada ainda me senti ao recolocar meus livros na prateleira e constatar que boa parte deles ainda não li. Tanta história e conhecimento empoeirados numa prateleira. Tudo bem, estão ali, "um dia lerei", justifico a mim mesma.

Não tenho problema em confessar que amo a sensação de poder adquirir, de possuir objetos que desejo. Isso faz bem para o ego, inclusive, mas será que esse consumismo descontrolado compensa? O custo-benefício é justificado? Creio que nem sempre, justamente por esse tipo de constatação que gera culpa.

Não serei radical, nem idiota. Para mim é importante poder obter bens que farão com que eu me sinta mais bonita e elegante, que me tragam conforto e propiciem algum prazer, mas questiono essa cilada do "tem que ter", sendo que TER possui um significado tão efêmero... frívolo. Aderir à onda da #ostentação: para quê? Para quem?

Hoje, antes do banho, peguei esse xampu da Natura que comprei umas semanas atrás e, na embalagem, havia esta pergunta provocadora: PRA QUE VOCÊ PRECISA DO QUE NÃO PRECISA? A resposta pode ser um simples "não, eu não preciso".

Acabei de passar por uma black friday e a única compra que meu namorado e eu fizemos foi a assinatura de duas revistas. Sinto que estou começando a conseguir controlar a fome do consumo, antes insaciável. Isso traz a sensação de que estou mais centrada, equilibrada, voltada para o que realmente importa.

Com sinceridade, me deixa muito melhor do que quando compro um vestido novo.