quinta-feira, 25 de agosto de 2011

repostagem_4 - o velho ensimesmamento

Gosto de eu
Vem que eu te conto
Sem charme.
Com olheira e tudo. Sem esmalte nem brinco nem adorno
Serei franca
Tentarei, juro.
Não estão prontos pra sinceridade
Não estamos, nós.
Vêm e me ajudam a não ser, nós.
Perjuro. Confesso.
Senta perto, que eu não quero ficar mais rouca
Interrompe com sua história que é mais linda e longa
e eu vou imaginando tudo
O cenário com os olhos da cor que eu gosto
seus.
Um palavrão para parecer mais real.
Alegoriza com simplicidade de sempre
Sem omitir detalhes
Palavras comuns
Pisco rápido para aproveitar o tempo e flagrar os fluídos que carreiam o que eu adoro
Não encosta em mim. Não precisa. Só fica perto.
Não sai daqui.
Não sai daqui, tá?

repostagem_3 - o velho ensimesmamento

Banalidades I (as que não são banais pra mim)

Sentido de algumas coisas.
Efeitos das coisas. O que elas causam aos outros. A percepção de cada um sobre cada uma delas.
O que elas causam em mim.
Coisas de outras pessoas em mim.
O que significa uma piscada de olhos pra fulano.
O que é um “eu te amo” pra beltrano. Pra mim e pra ele (ele: o beltrano).
Pode sair assim, tão natural e verdadeiro, mas soar com diversas faces.
Podia ser simplesmente como é. Ser só. (Só de somente).
Mas o sentido muda.
E sentir muda o que se vê, o que se ouve, o que se percebe.
As gentes podem fazer o que quiserem.
Um amigo me disse para não tentar imaginar. Não supor. Não prever.
Impossível! Impossível não ver o que se quer. Ser imparcial com a vida. Não tomar partido. (O próprio partido).
Quando paro e agradeço a não-sei-quem por não fechar os olhos só pra dormir. Agradeço ou contemplo? Não sei!
Pensar em alguém.
Dormir sorrindo mesmo assim. Ainda sorrir... Pensar em si e sorrir. Pode ser...
Ainda fechar os olhos não só para dormir, ainda sorrir sem motivo.
Que mais pode querer?
Não quero dar a coisa certa. Não quero que o outro sinta como eu sinto.
Sentir me faz feliz só. (Só de sozinho).
Não sei por quanto tempo. Mas faz.

repostagem_2 - o velho ensimesmamento

Sai pra lá!
Não me encosta mais.
Quero não quero.
Quero você, mas não quero sofrer.
Quero cabeça erguida. Orgulho.
Quero sentir, quero amar. Quero amar um dia.
Amo? ou amarei?
Amaria, quiçá.
Mas você não deixa. Me deixa!
Me deixa, troço!
Me engasga, irrita, amarga.
Quero doce, quero doce.
Quero seu lilás, seu bege e seu cinza.
Cheiro suas cores com chá de cidreira e mastigo seus lábios com torrada e requeijão toda manhã.
Tá vendo?
Tá errado. Tudo errado. Desordenado.
Me quero de volta.
Nunca mais faça isso, troço.
Não encosta mais em mim.

repostagem_1 - o velho ensimesmamento

Esse troço

Sabe aquele troço... paixão?
relutei
sapateei
soquei
solucei
suspirei
pirei
Com essa suavidade de furacão, por que não?
Sua vida de...
Minha vaidade.
Amando, odiando, fazendo os dois ao mesmo tempo. Sentindo tudo junto, misturado.
Quem não sabe amar ainda, pergunta: ser ou estar?
- Ser ou estar?
Eu não quero esse troço: paixão.
Bradei.
Pra quê?
Adiantou de nada.
Disse-me que saberia quando sentisse.
Mas como?
Ponto de referência? Ponto de referência?
Meu ponto de referência é o que me dói.
É você e sua paixão, seu troço!
Quem mandou perguntar?
Agora aguento.