Junto ao ranço dos prazeres efêmeros, guardo pequenos segredos esquecidos e bobos, numa canastra, talhada de escrúpulos nunca quistos.
Bem podia ter lá dentro um pouco de histórias livres e emocionantes, daquelas de se arrepender com gosto desafiado, bem podia ser eu assim. Bem queria.
Meu espelho, a transitoriedade dos desejos, tanta coisa. Ah! Tanta coisa.
Acabei de cair no sono e acordei lenta, uma lisérgica sensação do sonho ter sido verdade, por isso falo assim, solta e arrependida de sentir tão lúbrica, como se um grilo dormisse na janela, em cima da cabeceira, junto comigo. Pensar nisso me incomoda.
É digno arrepender-se de sentir? De ser tentada pelo que vem de dentro de mim mesma? Arrependo-me também disso. Por que devo pensar? Essas coisas não podem se impregnar assim.
E quanto àqueles segredos, nunca são esquecidos, apenas me refiro a eles dessa maneira porque desejo. Desejo esquecer que desejo, porque não posso. Não posso sentir, mas está na minha pele, um amálgama com a consciência em que a vontade corrói a necessidade de não desejar.
6 comentários:
lindo!
bem vinda outra vez!
beijo do gordo
encontro belos exemplares da raça de novos escritores no curso de direito, mais até de que no curso de letras!!! parabéns
Ah...
tão bom ler você novamente...
amo-te
hey, cadê você? volte, volte!
reencontrei seu texto depois de um mês e apaixonei-me novamente
Tanta coisa aprisionada aí dentro desta canastra. É um mundo inteiro. E eu não tenho a chave pra abrir e ver toda beleza desse mundo a se descobrir...
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