Um dia, Tereza chegou a sua casa sem ser convidada. Um dia, partiu da mesma maneira. Chegara com uma pesa da mala. Com uma pesada mala partira de volta.
Pagou a conta, saiu do restaurante e foi dar uma volta pelas ruas, cheio de uma melancolia cada vez mais radiosa. Tinha atrás de si sete anos de vida com Tereza, e agora percebia que esses anos eram mais belos na lembrança do que no momento em que tinham sido vividos.
O amor entre ele e Tereza era belo mas doloroso: era preciso sempre esconder alguma coisa, dissimular, fingir, retificar o que dizia, levantar-lhe o moral, consolá-la, provar continuamente que a amava, suportar as reclamações de seus ciúmes, de seu sofrimento, de seus sonhos, sentir-se culpado, justificar-se e desculpar-se. Agora, o esforço tinha desaparecido, e só ficara a beleza.
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3 comentários:
eu gostei do filme tbm. Vale a pena.
Adoro Kundera, Risíveis Amores...
Abraços,
Gustavo
ps: passa no papagaio; quem sabe você gosta de me fazer uma visita...
Esse livro eu li há muito tempo atrás e naquela época não me fez muito sentido. Não gosto dele até hoje. Mas lendo esse trechinho, não é que pintou uma identificação de leve. Será que eu o releio? Não, acho que não.
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